sexta-feira, 8 de julho de 2011

Abordagem Comunicacional das Relações Interpessoais:
- Interaccionismo simbólico;
- Escola de Palo Alto



Sinopse

No Tema 2, a Professora propôs o estudo de escolas que, na área da comunicação, possam contribuir para o estudo das relações interpessoais: Interaccionismo Simbólico e Escola de Palo Alto.
O roteiro de tarefas foi o seguinte:
Em primeiro lugar procedeu-se à leitura dos materiais propostos pela Professora, orientada para uma breve caracterização do Interaccionismo Simbólico e a Escola de Palo Alto entre 04 e 09 de Abril.
Seguidamente, procedeu-se a uma análise dos principais conceitos identificados, reconhecendo alguns princípios vinculados a cada uma destas escolas e que tenham particular relevância no estudo das R.I., devidamente justificados e ancorados em exemplos da prática profissional. Para uma melhor sistematização de conceitos e de situações práticas, foi proposto a apresentação esquemática da informação em quadro e com a seguinte estrutura:

- Princípios básicos Exemplos práticos
- Interaccionismo Simbólico
- Escola de Palo Alto
Por fim, procedeu-se à partilha e discussão em fórum dos “Os princípios e os casos práticos” entre os dias 11 e 16 de Abril.


Objectivos

- Analisar as relações interpessoais, em contexto educativo, à luz das perspectivas sistémica e dialógica.


Interacionismo Simbólico

Os seres humanos usam símbolos na sua comunicação. As pessoas atribuem significados aos gestos no sentido de modo a que o receptor possa interpretar os símbolos. Mas esses símbolos deverão ter um significado partilhado pelos indivíduos na sociedade.
Devido à capacidade que temos em "vocalizar símbolos significantes, podemos literalmente ouvir-nos" e podemos responder "a nós próprios como os outros nos respondem", podemos completar a resposta do outro. Para Mead, a interacção que se estabelece entre "responder a outros e responder ao eu" é muito importante, o indivíduo pode influir em relação a si próprio, favoravelmente ou não, assim como pode influir em relação aos outros.
O interacionismo simbólico preocupa-se com os processos de interacção social que se estabelecem entre indivíduos, grupos através de relações simbólicas. De acordo com Blumer fundamenta-se em premissas. Surgiu como oposição às teorias como oposição ao Funcionalismo (concebe as relações e acções derivadas das normas e regras sociais pré-estabelecidas).
Segundo o interacionismo simbólico, para além das acções sociais, existe outras que surgem formando "colectividades separadas" levando à formação de outros grupos sociais, em que têm regras e normas de conduta, válidas e aceites pelos elementos do grupo.
As quatro "Máximas Conversacionais" referenciadas por Grice são:
- Máxima da Qualidade: consiste em dizer somente o verdadeiro, a ter certeza do que é dito;
- Máxima da Quantidade: consiste em o dizer conciso, objectivo, informativo o possível porém sem extensões desnecessárias;
- Máxima da Relação: diz respeito à relevância de informações;
- Máxima do Modo: diz respeito à ausência de ambiguidade, desordem e continuidade desnecessária na comunicação.
Estas 4 máximas conduzem a comunicação de modo a conseguir uma comunicação melhor e de grande importância nos estudos da linguagem, apesar de revelar algumas lacunas, mais propriamente no aspecto classificativo da comunicação por ir mais além das suas máximas.


Interaccionismo Simbólico Versus Escola de Palo Alto

Os interacionistas, definem a sociedade como sendo constituída por sujeitos que interagem uns com os outros, verificando-se que, as actividades acontecem, como resposta de um interveniente para o outro, ou em relação a si.
O significado surge a partir da interacção entre dois intervenientes. Para uns poderá significar uma coisa e para outros outra. O significado/interpretação depende da interacção entre os intervenientes.
Em Palo Alto, a comunicação baseia-se nos processos relacionais e internacionais. Todo o comportamento humano é comunicação e é formulando a partir desta premissa.
Podemos verificar que as duas formam as interacções sociais com algo em permanente construção. E ainda as duas iniciaram uma nova forma de compreensão da comunicação, centralizada, na comunicação interpessoal como suporte das relações sociais.
As metodologias de pesquisa do interacionismo simbólico são : observação participante, entrevista. Os dados de análise são particularmente feitos a partir da análise do discurso dos textos escritos, orais ou das imagens, que podem ser estáticas/dinâmicas.
No design de pesquisa é muito frequente o estudo de caso, e as etnografias. Segundo (Ponte, s.d.) a divulgação dos resultados é feita especialmente em encontros e revistas científicas.


Reflexão


Interacionismo Simbólico na Escola de Palo Alto
O ser humano é um ser em acção, age no presente, é influenciado pelo que aconteceu no passado, mas também pelo o que acontece no tempo da interacção; A interacção dá-se entre os indivíduos e até mesmo o que acontece dentro de cada um. Sendo as acções influenciadas pelas pessoas com quem interagimos e pela nossa interpretação das situações. Mesmo usando os mesmo símbolos podemos interpretar uma acção de maneiras diferentes, às vezes até depende do nosso estado psicológico e ainda os significados podem ser manipulados e modificados nas interacções. Em relação à Escola de Palo Alto, podemos dizer que surgiu, nos EUA, em 1942, "como uma reacção à ideia de comunicação pela máquina" no sentido da reflexão sobre a comunicação lógica-interpessoal, tendo como precursor Gregory Bateson. Os seus pesquisadores iniciaram uma formulação da pragmática da comunicação.
Em relação à comunicação na Escola de Palo Alto , esta é compreendida como sendo relacional, em que as pessoas participam, fazem parte dessa comunicação e não apenas como "transmissores ou espectadores". Normalmente é o que acontece nas aulas , tanto os alunos como os professores fazem parte da comunicação gerada, tanto como actores como transmissores e/ou espectadores. Em relação às duas correntes (Interaccionismo Simbólico vs. Palo Alto) criam as interacções sociais no sentido de estar constantemente em construção e não como uma atribuição.
Assim podemos dizer que tanto uma escola como a outra escola, iniciaram uma nova maneira de compreender a comunicação, tendo como centro a interacção, na comunicação interpessoal, fundamentada nas várias relações sociais.
A Escola de Palo Alto contribuiu claramente para uma teoria sobre os processos de comunicação como interacções, em que a comunicação é um processo circular em que os indivíduos cooperam sempre como sujeitos de cultura através dos seus gestos, da sua visão de mundo e até do seu silêncio. Este são vistos sujeitos activos nos processo de comunicação, produzindo, fazendo circular associando activamente as mensagem a partir dos seus contextos culturais.


Interaccionismo_Simbolico_e_Escola_de_Palo_Alto_: link

- Fontes básicas:
- Griffin, E. (2006). A First Look at Communication Theory. McGraw-Hill (6ª ed.) http://www.afirstlook.com/main.cfm
- Costa, E.; Matos, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
- Pesquisas na Internet.
- Fontes complementares:
Grice, H.P.1989: Studies in the Way of Words, Harvard University Press, Cambridge/Oxford
Pacheco, Florinda, M. Coelho & Hermano Carmo (2006). " A gestão de conflitos na
Escola. A mediação como alternativa." Lisboa: Universidade Aberta.

Webgrafia:
http://cyberdemocracia.blogspot.com/2007/07/interaccionismo-simblico-e-comunicao.html
http://educacao.uol.com.br/sociologia/interacionismo-simbolico-fundamentos.jhtm
http://www.slideshare.net/mscabral/interaccionismo-simblico-e-escola-de-palo-alto
Ponte, J. P. Interacionismo simbólico: alguns desafios acedido emhttp://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/mr2/mr2_6.pdf em 5/4/2011
Interacionismo simbólico. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-04-10].
Disponível na www: .
http://pt.wikipedia.org/wiki/Interacionismo_simbólico
http://educacao.uol.com.br/sociologia/interacionismo-simbolico-fundamentos.jhtm
(http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/historia-da-psicologia/wundt-e-a-criacao-do-primeiro-laboratorio-de-psicologia-na-alemanha)
Lopes e Gasparin (2003). “Violência e conflitos na escola: desafios à prática docente”. Disponível em http://www.naoviolencia.org.br/pdf/Violenciaeconflitosnaescola_CLopeseJGasparin.pdf
http://www.parapsicologia.org.br/silvino-1.htm
http://www.altillo.com/examenes/uba/psicologia/psicosoc/psicosoc2007resuinteraccionismo.asp
http://repositorioaberto.univ-ab.pt/bitstream/10400.2/666/1/LC209.pdf

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